Tapetão tira deputado Marcelo Ramos da vice da câmara, para bajular Bolsonaro

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No último dia 24 de maio de 2022, publiquei a foto que vai além do registro de um grave momento da escalada de depauperação da democracia brasileira. Nesta foto, fiz o registro de uma imagem do dia em que, mais uma vez, as ferramentas democráticas foram perversamente mobilizadas para sabotar nossa democracia e seus institutos.
Nesta foto – que apareço ao lado do deputado Marcelo Ramos (PSD-AM) nos seus últimos minutos como vice-presidente da câmara dos deputados-, fazia cumprir o propósito moral da minha carreira no jornalismo, perseguindo a habilidade de produzir textos que garantam a compreensão simplificada sobre fatos e assuntos complexos, contextualizados na crônica política deste país.
Sem entrar no mérito do “trogloditário” manejo político sob o comando de Jair Bolsonaro, registro que o parlamentar manauara foi afastado de um cargo em foi eleito com massacradora maioria. Numa eleição que, aliás, ostenta 396 votos – dos 513 em disputa – conquistados por Ramos, que assim superava largamente a votação de Arthur Lyra, presidente eleito naquele pleito acordado.
Algo que seria apenas constrangedor para um cabeça de chapa vitorioso, caso a candidatura de Marcelo Ramos para o cargo de vice da câmara fosse uma postulação de seu projeto original. Mas o efeito moral de um resultado como aquele sempre deixa marcas no coração dos despeitados.
Para desgosto da vassalagem dominante, vivi para ver e contar sobre o episódio em que aquele jovem manauara, de primeiro mandato, brilhava como presidente da salvadora comissão da reforma da previdência, para, ato contínuo, despontar como um dos nomes que poderiam chegar ao comando de uma das Casas do parlamento. Sou testemunha ocular e auditiva dos caminhos percorridos por Ramos, até o momento em que ele é levado a aceitar a postulação para o cargo de vice, saindo do caminho de Lyra, num gesto de atitude madura, pacifista e construtiva.
A disposição de Ramos para chegar à presidência da câmara, que já contava com o entusiasmo de algo perto de 200 deputados em janeiro de 2021, caminhava para uma candidatura avulsa e assustava o governo. O projeto que despertaria paixões raras numa disputa de parlamento, entretanto, seria adiado no dia em que Arthur Lyra foi à casa de Ramos para pedir pelo empenho de uma palavra de acordo. Numa única visita, Lyra se livrou de um perigoso adversário e trouxe para sua chapa um vice bom de voto, já que o bloco montado para aquela disputa contava com a chancela do Partido Liberal, partido de Ramos à época. Tudo pilotado por seu então amigo e presidente, o ex-deputado Valdemar Costa Neto.
As sondagens da época e a aritmética do resultado final confirmam: a eventual candidatura avulsa de Ramos para presidente da câmara provocaria um segundo turno que, como sabemos, seria mortal para as pretenções de poder de Lyra.
Como sabemos, Lyra foi eleito sem sustos, Marcelo Ramos cumpriu com toda a extensão de sua palavra, mas não pôde contar com o império da reciprocidade exigida aos homens honrados. Ramos foi traído em quase todos os acordos que cumpriu.
O fato é que o afastamento de Ramos resulta de um conjunto de covardias praticadas pela vassalagem energúmena, num jogo vencido no tapetão, para
regozijo do presidente da república.
Mas isso foi só um jogo, com resultado conquistado no tapetão. Rasteiro, sem a bola rolando, como quase tudo nestes tempos esquisitos.
Mas foi só uma partida, num campeonato que vai precisar de muita bola rolando pra compensar tantos gols de mão.
Ainda temos o tira-teima pela frente.
(Mais adiante, trarei inacreditáveis fatos e episódios relacionados a este conjunto de estupros praticados)

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Sobre MIM

Profissional com origem no teatro, Porfirio é radialista, editor de vídeo, humorista, noticiarista e repórter.

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