A mais recente pesquisa do instituto IPESPE, divulgada no último dia 6 de abril, confirma a existência de um fluxo migratório formado por eleitores conservadores que, mesmo contrariados, admitem o voto pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro, depois de terem declarado voto em Sérgio Moro por mais de 6 meses.
Para se ter uma ideia do padrão da transferência do voto conservador para 2022, em 5 de julho de 2021 um levantamento da CNT apontava que Lula se mantinha como favorito, com 41,3% das intenções de voto, contra 26,6% de Bolsonaro e 5,9% de Moro, seguido por Ciro, com a mesma porcentagem. Com a exclusão de Moro da lista de concorrentes, Bolsonaro salta 4 casas, fincando pé na marca dos 30%, que não era alcançada desde 2019.
Portanto, numa conta grosseira, a maior parte dos 5,9% que Moro tinha na pesquisa de julho de 2021 escorregou para Bolsonaro que, quando tinha de disputar votos com o ex-ministro, minguava os 26,6% apurados em julho do ano passado. Mas um pedaço daqueles 5,9% de Moro, pra fechar essa conta, pode ter mudado de mala e cuia para a engorda que resultou nos 9% que Ciro passou a ostentar na pesquisa IPESPE de abril. Um recado que pode ter apontado para novas possibilidades para o candidato trabalhista no campo conservador.
Com Lula marcando 44%, Bolsonaro 30 e Ciro 9, mantido o tamanho do fluxo migratório do contingente conservador, a eleição caminha para um segundo turno em que Lula vencerá por ser o dono da menor rejeição.